Idosa de 94 anos corre três vezes por semana de 7 a 12 km: 'Na rua, dizem que sou velha maluca e não vou aguentar'

Adelmira Adão começou a correr aos 75 anos, após a morte do marido. Na primeira corrida, seu neto conta que "tinha um pessoal falando ‘não é para você ir agora, não’, mas ela ignorou, correu e completou 10 km de primeira”.

Idosa de 94 anos corre três vezes por semana de 7 a 12 km: 'Na rua, dizem que sou velha maluca e não vou aguentar'
Vovó corredora: idosa de 94 anos acumula medalhas de provas de rua — Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal

Antes das 5 horas da manhã, Adelmira Adão já está de pé se preparando para correr. Ela faz suas orações matinais, calça os tênis, arruma a faixa no cabelo e sai sozinha para percorrer um longo trajeto. Pelo menos três vezes na semana, ela corre entre 7 e 12 quilômetros por dia. O feito já seria notável para pessoas de qualquer idade, mas Adelmira tem 94 anos.

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Tem gente que me olha correndo e comenta ‘Que velha maluca! Não vai aguentar’, mas eu faço como quem não está escutando e continuo
revela a atleta.

Atualmente, Adelmira mora com o neto, o vigilante David Adão, de 40 anos, no município de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. A cidade é famosa nacionalmente por ser o local de nascimento do cantor Roberto Carlos. Ela é carinhosamente chamada nas redes sociais de "vovó corredora".

E, embora a corrida seja sua marca registrada, demorou alguns anos até que se interessasse pela atividade física. O companheiro de dona Adelmira morreu quando ela tinha 74 anos. Na época, David ainda não morava junto com a avó e ela se sentia muito sozinha.

Para fazer novas amizades, aos 75 anos ela ingressou em um grupo de atividade física para a terceira idade e, um ano depois, realizou sua primeira corrida.

“Esse primeiro evento reuniu dois grupos: um de caminhada da terceira idade, que minha avó fazia parte, e corredores. Quando tocou o primeiro sinal era para os corredores saírem na frente, mas vovó foi junto. Tinha um pessoal falando ‘não é para você ir agora, não’, mas ela ignorou, correu e completou 10 km de primeira”, conta o neto.

O neto a acompanha apenas nas corridas, para garantir que a avó não fique desidratada ou caso ela precise de algum auxílio no percurso. Nos treinos durante a semana, ela prefere ir sozinha.

Vou eu e Deus. Não gosto de falação no meu ouvido, não
brinca Adelmira.

Especialistas explicam que atividades de musculação são necessárias para a manutenção e fortalecimento da massa muscular, principalmente em idosos. No caso de atletas, a prática é recomendada para evitar lesões.

Adelmira estima já ter completado mais de 30 corridas entre os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 2009, ela conquistou primeiro lugar no Estadual de Atletismo da Terceira Idade, que reuniu idosos a partir dos 60 anos.

A atleta ainda tem muitos sonhos e planos para o futuro. Entre eles está participar da Volta Internacional da Pampulha, principal evento de corrida de Minas Gerais, e completar uma prova em São Paulo, único estado do Sudeste que ainda não visitou.

Eu gosto de correr. Refresca a minha mente e eu me sinto bem afirma
Adelmira Durante o período de pandemia, Adelmira não participou de nenhuma corrida em grupo.

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Com informações do G1

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