Até 8 milhões de pessoas na América Latina convivem com a doença de Chagas

Tratamento deve ser feito ainda na fase inicial para evitar complicações futuras

Até 8 milhões de pessoas na América Latina convivem com a doença de Chagas
Barbeiro, inseto responsável por transmitir o parasita da doença de Chagas, o Trypanossoma cruzi — Foto: Divulgação

Até 8 milhões de pessoas convivem com a doença de Chagas na América Latina, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Destes, 70% não sabem que estão infectados devido à ausência de sintomas clínicos e, por consequência, acabam não recebendo tratamento adequado.

Originária do meio rural, a doença de Chagas migrou para o meio urbano devido às condições precárias de habitação da população. Com as mudanças de ambiente, a infecção passou a ocorrer menos pela picada do inseto barbeiro (chamado de Trypanosoma cruzi) e mais por via oral, transfusão e/ou condição congênita. No total, 10 mil pessoas morrem a cada ano devido à doença.

Os sintomas iniciais, quando ocorrem, são genéricos, o que torna mais difícil o diagnóstico. Na fase aguda, os sintomas envolvem febre, mal-estar, falta de apetite, inchaço, entre outros. Já na fase crônica, os pacientes podem passar um longo período, ou a vida toda, sem apresentar manifestação da doença.

"Geralmente as pessoas infectadas só irão descobrir que têm a doença muitos anos após a infecção, quando os problemas cardíacos surgem. Por isso ela é uma doença silenciosa, já que permanece por muitos anos sem ser diagnosticada", afirma Simone Guedes Calderano, pesquisadora do Laboratório de Ciclo Celular.

Ela explica que quando o inseto barbeiro entra no organismo, ele consegue infectar praticamente qualquer tipo de célula, como a muscular e a cardíaca, mas a doença não se manifesta, ao contrário da leishmaniose, também causada por protozoários. Para impedir que o quadro se agrave, é necessário realizar o tratamento com medicamentos ainda na fase inicial.

Com informações do SBT News

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